Descobertas arqueológicas em Penalva revelam conhecimento ancestral sobre astronomia do Maranhão

Uma emocionante descoberta arqueológica está agitando os círculos acadêmicos e trazendo novas perspectivas sobre a história antiga do Maranhão. 

Um estudo realizado pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e publicado pelo renomado Journal of Archaeological Science: Reports revelou que as aldeias indígenas da região remontam a mais de dois mil anos atrás e foram construídas em alinhamento com as constelações, evidenciando que os povos originários do Maranhão conheciam astronomia.

O trabalho de uma década, liderado pelo arqueólogo e professor da UFMA, Alexandre Guida Navarro, em colaboração com a professora Anna Roosevelt, da Universidade de Illinois, em Chicago, e o pesquisador Christopher Davies, da McHenry County College, resultou na descoberta de 21 vilas pré-históricas de palafitas, construídas sobre esteios de madeira Tabebuia handroanthrus, conhecido como ipê.

Essas aldeias, agora submersas, foram encontradas em sítios arqueológicos ao longo do Rio Turiaçu e do Lago Cajari, na cidade de Penalva. 

Além das estruturas de palafitas, artefatos surpreendentemente bem preservados, como potes de barro pintados, foram descobertos, sugerindo usos variados que incluíam culinária e rituais.

Um achado particularmente notável ocorreu no sítio arqueológico do Lago Formoso, onde a disposição das palafitas revelou uma semelhança marcante com a constelação das Plêiades. 

Essa descoberta sugere que essas antigas aldeias não apenas refletiam conhecimentos astronômicos, mas também poderiam ter sido usadas para marcar ciclos sazonais e atividades agrícolas.

O professor Navarro compartilha: "Os povos indígenas do Maranhão demonstraram um profundo entendimento de astronomia, como os incas, maias e astecas. A semelhança entre a disposição das casas no Lago Formoso e a constelação das Plêiades é notável, indicando uma sofisticação surpreendente."

Essas descobertas não são apenas fascinantes por si só, mas também lançam luz sobre a complexidade e a profundidade do conhecimento das antigas civilizações indígenas na região. 

Como o arqueólogo explica, muitas das características encontradas nas aldeias maranhenses também foram compartilhadas por outras sociedades antigas na Amazônia e além, conectando essas comunidades a um rico e diversificado legado cultural.

Os resultados deste estudo foram recentemente destacados em uma matéria especial no Jornal Hoje, ajudando a disseminar a importância dessas descobertas para um público mais amplo. 

Com cada nova escavação e análise, a história do Maranhão revela-se ainda mais rica e complexa, oferecendo-nos uma janela fascinante para o passado.

* Com dados do Jornal Hoje
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