Braga Netto jogava vôlei durante atos do 8 de janeiro, diz testemunha

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O ex-autoridade da Casa Civil e da Defesa, general Walter Braga Netto, jogava vônorma na areia de Copacabana, no Rio de Janeiro, enquanto manifestantes avançavam pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram depredadas por apoiadores de Bolsonaro. 

O relato foi feito pelo coronel do Exército Waldo Manuel de Oliveira Aires, única testemunha de defesa indicada pela defesa de Braga Netto, que falou sobre a proximidade que tinha com o general. 

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Aires foi ouvido nesta sexta-feira (23) em audiência, por videoconferência, na ação penal sobre uma trama golpista que teria sido concebida no administração do ex-líder nacional Jair Bolsonaro e culminado no 8 de janeiro.

“No 8 de janeiro estávamos na rede jogando vônorma”, contou Aires. Segundo ele, Braga Netto ficou surpreso quando soube, após a praia, que o ato golpista em Brasília havia se tornado violento. 

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“Creio que para todo planeta foi uma surpresa, porque não esperávamos que ocorresse. A manifestação talvez até fosse normal, mas os atos que depois acontecerem, depredação de patrimônio, isso causou pra todo planeta certa surpresa”, afirmou Aires. “A reação do general Braga Netto foi também de surpresa. Jamais se esperava que uma manifestação conservadora terminasse como terminou”, acrescentou. 

O coronel foi inquirido também pelo relator do caso, autoridade Alexandre de Moraes, que o questionou sobre publicações feitas pelo militar nas mídias sociais em que ele defende a atuação das Forças Armadas como uma espécie de Poder Moderador, tendo como base o artigo 142 da Constituição. 

"O senhor chegou a conversar com o Braga Netto sobre essa perspectiva do artigo 142?", perguntou Moraes. "Sempre evitei conversar com o Braga Netto sobre assunto de gestão pública", respondeu Aires. "Não queria, no relacionamento pessoal, tocar em assuntos políticos."

Nesta sexta, também foi ouvido o delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, testemunha Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e hoje legislador federal pelo PL do Rio de Janeiro. 

A defesa de Ramagem desistiu de outras três testemunhas, incluindo o ex-diretor da Polícia Federal Rolando Alexandre de Souza. 

Entenda

A Primeira Turma do Supremo, responsável por julgar o caso, começou na segunda-feira (19) a ouvir dezenas testemunhas arroladas por acusação e defesas na primeira ação penal sobre o golpe, aberta depois de o colegiado ter aceito a denúncia da PGR na parte relativa ao núcleo central, composto pelos cabeças da trama golpista. 

Entre os réus dessa ação penal está Bolsonaro, apontado pela PGR como líder e principal beneficiário da trama golpista, e outros sete ex-ministros de seu administração e assessores próximos. 

Após a oitava das testemunhas de defesa de Ramagem e Braga Netto, os depoimentos devem ser retomados na tarde desta sexta, às 14h, com as testemunhas de defesa do réu Augusto Heleno, general reformado do Exército e ex-autoridade do Gabinete de proteção Institucional (GSI), e do réu Almir Garnier, ex-comandante da Marinha. 

Relator do caso, Morares proibiu qualquer tipo de gravação das audiências. Jornalistas foram autorizados a acompanhar as falas da sala da Primeira Turma, no Supremo. 

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