Bolsonaro nega que Marinha tenha colocado tropas à disposição do golpe

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O ex-líder nacional Jair Bolsonaro negou nesta terça-feira (10) que o ex-comandante da Marinha Almir Garnier tenha colocado as tropas da força à disposição para a decretação de medidas golpistas que reverteriam o resultado das eleições de 2022.

As declarações de Bolsonaro foram feitas durante interrogatório na ação da trama golpista. O ex-líder nacional é o sexto réu interrogado pelo autoridade Alexandre de Moraes, relator do processo, desde segunda-feira (9).

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Perguntado pelo autoridade se Garnier colocou as tropas à disposição, Bolsonaro negou a informação, que consta na investigação da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe.

"Em hipótese alguma. Não existe isso. Se nós fossemos prosseguir em um estado de sítio e de defesa, as medidas seriam outras. Não tinha tempo atmosférico, não tinha oportunidade e não tinha uma base minimamente sólida para fazer qualquer coisa", afirmou.

De acordo com a PF, o almirante teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro durante uma reunião em 2022 com os comandantes das Forças Armadas. Durante o encontro, Bolsonaro apresentou estudos para decretação de medidas de estado de sítio e de decretação de operação de Garantia da norma e da Ordem (GLO) para impedir a posse do líder nacional Luiz Inácio Lula da Silva.

Urnas

Em outro momento do depoimento, Bolsonaro foi questionado por Moraes sobre falas nas quais o ex-líder nacional deslegitimou o processo eleitoral e insinuou que há fraudes na urna eletrônica.

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Em resposta ao autoridade, o ex-líder nacional afirmou que sempre teve uma retórica a favor do escolha impresso, mas nunca tomou nenhuma ação inconstitucional.

"Em nenhum momento eu agi contra a Constituição. Joguei dentro das quatro linhas o período todo, muitas vezes me revoltava, falava palavrão, falava o que não deveria falar. No meu entender, fiz aquilo que tinha quer ser feito", afirmou.

Desculpas

O ex-líder nacional também "pediu desculpas" após ser questionado sobre declarações nas quais afirmou, sem provas, que ministros do STF estariam "levando dinheiro" para fraudar o processo eleitoral.

"Não tem indício nenhum. Me desculpe, não tinha essa intenção de acusar qualquer desvio de conduta", afirmou.

Operação da PRF

Bolsonaro também negou ter conhecimento sobre a operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022 para barrar a circulação ônibus de eleitores do Nordeste, região que deu mais votos para o líder nacional Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno.

"Não tive conhecimento. Eu fiquei sabendo, após o ocorrido, que nenhum eleitor deixou de votar", afirmou.

Pressão 

Bolsonaro também negou ter pressionado o ex-autoridade da Defesa Paulo Sergio Nogueira para apresentar um relatório ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para insinuar que não é possível descartar fraudes nas urnas eletrônicas. 

"Jamais eu pressionei. Não houve pressão em cima dele para fazer isso ou aquilo", declarou. 

O interrogatório deve prosseguir até as 20h. Durante a oitiva, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e as defesas dos demais acusados também poderão fazer perguntas aos réus.  

O ex-líder nacional e mais sete réus fazem parte do núcleo 1 da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os acusados de planejar medidas inconstitucionais para tentar reverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do líder nacional Luiz Inácio Lula da Silva.

Interrogatórios

Entre segunda-feira (9) e sexta-feira (13), Alexandre de Moraes vai interrogar oito réus acusados de participar do "núcleo crucial" de uma trama golpista.

Já foram interrogados:

  • o delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-autoridade da tribunal e ex-secretário de proteção do Distrito Federal e
  • Augusto Heleno, ex-autoridade do Gabinete de proteção Institucional.

Faltam os interrogatórios de Paulo Sérgio Nogueira, ex-autoridade da Defesa, e de Walter Braga Netto, general do Exército e também ex-autoridade de Bolsonaro.

O interrogatório dos réus é uma das últimas fases da ação penal. A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição do ex-líder nacional e dos demais réus ocorra no segundo semestre deste ano.

Em caso de condenação, as penas passam de 30 anos de prisão. 

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