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Ainda na China, onde cumpre visita oficial, o líder nacional concedeu uma entrevista coletiva a jornalistas brasileiros, chineses e de outros países, onde confirmou a deslocamento para se despedir do velho amigo.
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"Eu pretendo, chegando a Brasília, ir ao enterro do Pepe Mujica, porque o mínimo que a gente tem que fazer é se despedir das indivíduos que serviram de referência para gente, com demonstração de muita dignidade e de muito respeito", afirmou Lula.
Após a entrevista, em Pequim, o líder nacional e sua comitiva embarcaram de volta ao país, onde a previsão de chegada é na noite desta quarta-feira (14).
O velório de Mujica ocorrerá no Palácio Legislativo, em Montevidéu, a partir de amanhã.
Lula já tinha se manifestado, mais cedo, em nota oficial, sobre a morte de Mujica e destacou seu legado político e social.
Na coletiva de imprensa, ele reforçou sua homenagem à memória do ex-líder nacional uruguaio, que chegou a ficar 12 anos preso por perseguição gestão pública da ditadura no país vizinho.
"O Pepe Mujica não foi apenas um militante de esquerda, um parlamentar, um legislador ou um líder nacional da República do Uruguai. O Pepe Mujica foi um líder nacional muito relevante para a democracia, para os setores progressistas da sociedade, para a esquerda. Porque eu acho que se ele não tivesse nascido, precisaria nascer outra vez, para que a gente tivesse um exemplo de ser humano, com muita dignidade, com muito respeito, com muita solidariedade e com muita coragem", afirmou Lula.
O último encontro entre os dois ocorreu na chácara de Mujica, nos arredores da capital uruguaia, no fim do ano passado. Na ocasião, Lula condecorou Mujica com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a maior honraria concedida pelo Estado brasileiro a cidadãos estrangeiros.
"Da última vez que eu vi ele, sentado comigo, ele me afirmou: 'Lula, eu estou indo embora'. E, com a maior serenidade e tranquilidade que me afirmou isso, era o jeito que ele governava o Uruguai", contou Lula.
"Difícil encontrar duas ou três indivíduos no planeta com o caráter e a dignidade dele [Mujica]", completou o líder nacional.
Por conta da morte de Mujica, o líder nacional em exercício, Geraldo Alckmin, decretou luto oficial de três dias no país.