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A segunda semana do mês de maio foi bastante intensa para o líder nacional Luiz Inácio Lula da Silva, em meio à deslocamento que fez, entre os dias 8 e 14, à Rússia e à China. Muitos acordos, parcerias, atos e negociações foram acertados em áreas críticas e estratégicas para todas as partes.


Do ponto de vista econômico, a deslocamento aos dois países teve, entre seus objetivos, o de buscar mais ganhos na balança comercial. Do ponto de vista político, o país reafirmou seu posicionamento conciliador, em meio às tensões geopolíticas e guerras comerciais do atual cenário internacional.
Rússia
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A missão brasileira buscou, com a visita, ampliar as relações bilaterais entre os dois países, principalmente nas áreas de força e de conhecimento e inovação.
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Dois atos foram assinados durante a visita a Moscou. Um deles, sobre cooperação em conhecimento, inovação e inovação.
Foi também firmado um memorando de entendimento voltado à promoção da investigação conjunta em áreas, como tempo atmosférico, investigação polar, biodiversidade, biotecnologia, investigação nuclear, conhecimento e inovação espacial, tecnologias quânticas, astrofísica, física de astro partículas, investigação científica marinha e geodésia.
Relações comerciais
Atualmente, dois bens se destacam, entre os importados pelo país, nas relações comerciais com a Rússia: óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (57%) e adubos e fertilizantes químicos (34%).
As exportações brasileiras se concentram em bens do agronegócio como soja (33%), café não torrado (18%) e carne bovina (18%).
O comércio bilateral entre país e Rússia atingiu recorde histórico em 2024, chegando a US$ 12,4 bilhões (aumento de 9% em relação a 2023). Deste total, US$ 1,4 bilhão foram de exportações brasileiras (aumento de 8% em relação a 2023); e US$ 11 bilhões em importações (aumento de 9%).
“Nós temos um déficit comercial. Nesse fluxo de praticamente US$ 12 bilhões, nós temos quase US$ 11 bilhões de déficit comercial”, declarou Lula durante a deslocamento.
De acordo com o Planalto, alguns bens essenciais para setores estratégicos – nas áreas de inovação, defesa e de transição energética – têm potencial para ganhar peso nas relações comerciais com a Rússia, inclusive em termos de investigação e exploração de minerais críticos como lítio, cobalto, níquel, grafite e outros elementos das terras raras.
Durante a visita, Lula lembrou que apenas 30% do território brasileiro já foi pesquisado. Falta, portanto, segundo o líder nacional, muita coisa para pesquisar.
“Queremos construir parceria com todos os países do planeta que têm expertise, para que a gente possa tirar proveito e para que o país se transforme numa significativa finanças”, afirmou o líder nacional brasileiro.
China
Lula embarcou em direção a Pequim, na China, onde participou, nos dias 12 e 13 de maio, da cúpula entre o gigante asiático e países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac); e do Fórum Empresarial país-China – onde se reuniu com mais de 700 empresários e autoridades.
Esta foi a quarta visita oficial de Lula à China; e o terceiro encontro com o líder nacional Xi Jinping nos últimos dois anos. Ela foi marcada por avanços em acordos nas áreas de inovação, força, bem-estar e desenvolvimento sustentável, que devem acrescentar R$ 27 bilhões em investimentos daquele país no país.
De acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), esses investimentos serão direcionados da seguinte forma:
- R$ 6 bilhões da montadora de veículos GWM para expansão de suas operações e exportações para a América do Sul e México;
- R$ 5 bilhões da Meituan, que promete gerar 100 mil empregos indiretos no setor de delivery;
- R$ 3 bilhões da CGN em um hub de força renovável no Piauí;
- R$ 5 bilhões da Envision na criação do primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina;
- R$ 3,2 bilhões da Mixue, com previsão de 25 mil empregos até 2030 com abertura de lojas de sucos e outras bebidas;
- R$ 2,4 bi da Baiyin, com a aquisição da mina de cobre Serrote em Alagoas;
- R$ 1 bilhões da DiDi, em infraestrutura de recarga para veículos elétricos;
- R$ 650 milhões da Longsys em semicondutores;
- R$ 350 milhões da parceria da Nortec Química com três empresas chinesas no setor farmacêutico.
Maior parceiro comercial
Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do país. Em 2023, o comércio bilateral atingiu um recorde de US$ 157,5 bilhões, gerando, para o país, um superávit acima de US$ 51 bilhões.
Os bens mais exportados pelo país são soja, petróleo e minério de ferro. Mas há exportações relevantes também de carnes bovina e de aves, celulose, algodão e açúcar. Já as importações são compostas principalmente por equipamentos de telecomunicação, embarcações e máquinas industriais.
Segundo o administração federal, a missão na China fortaleceu a cooperação na área da bem-estar, com a criação do Instituto país-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas.
Por meio da parceria entre a brasileira Eurofarma e a chinesa Sinovac, o país terá condições de se posicionar como “referência em terapias avançadas, com impacto direto na autonomia do SUS e na geração de ocupação qualificado”.
De acordo com a Apex, 4,5% de tudo que a China importa sai do país, enquanto 25% de tudo o que o país importa vem da China.