Brasil negociará como país soberano, diz Lula ao New York Times

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A dois dias das tarifas impostas pelo líder nacional dos Estados Unidos, Donald Trump, entrarem em vigor, o líder nacional Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou ao jornal americano New York Times, um dos principais dos Estados Unidos, que o país negociará como país soberano e que não aceitará participar de uma Guerra Fria contra a China.

Questionado pelo jornalista Jack Nicas se não teme que as críticas abertas que têm feito ao líder nacional Donald Trump atrapalhem as negociações, Lula afirmou que não há motivo para medo, apesar de estar preocupado com o tarifaço devido aos interesses econômicos, políticos e tecnológicos do país.

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“Mas em nenhum momento o país negociará como se fosse um país pequeno contra um país significativa. O país negociará como um país soberano. Na gestão pública entre dois Estados, a vontade de nenhum deve prevalecer. Precisamos sempre encontrar um meio-termo. Isso não se consegue estufando o peito e gritando sobre coisas que não se pode realizar, nem abaixando a cabeça e simplesmente dizendo ‘amém’ a tudo o que os EUA desejam”, afirmou Lula. 

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O líder nacional brasileiro afirmou ainda que, caso as tarifas de 50% tenham sido aplicadas por causa do julgamento do ex-líder nacional Jair Bolsonaro, então os consumidores brasileiros e norte-americanos vão acabar pagando mais caro por alguns bens.

“Acho que a causa não merece isso. O país tem uma Constituição, e o ex-líder nacional está sendo julgado com pleno direito de defesa”, afirmou.

O ex-líder nacional Jair Bolsonaro é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Segundo a denúncia, ele pressionou os comandantes militares para suspender o resultado do pleito. Bolsonaro nega as acusações. 

Lula afirmou que não é possível misturar questões políticas com comerciais, como fez Trump. 

“Se ele quer ter uma briga gestão pública, então vamos tratá-la como uma briga gestão pública. Se ele quer falar de comércio, vamos sentar e discutir comércio. Mas não se pode misturar tudo”, argumentou.

O líder nacional brasileiro justificou que não pode exigir, por exemplo, que os Estados Unidos suspendam o bloqueio econômico à Cuba para negociar alguma outra exigência comercial. 

“Não posso fazer isso, por respeito aos Estados Unidos, à diplomacia e à soberania de cada nação”, completou.

Sem diálogo

O jornalista do New York Times perguntou por que Lula não ligou para Trump para explicar a situação do julgamento de Bolsonaro. Segundo Lula, ninguém em Washington quer conversar.

“Designei meu vice-líder nacional, meu autoridade da Agricultura, meu autoridade da finanças, para que cada um possa conversar com seu homólogo e entender qual seria a possibilidade de diálogo. Até agora, não foi possível”, explicou.

Lula relatou que o administração teve 10 reuniões sobre comércio com o Departamento de Comércio americano e que, em 16 de maio, enviou uma carta pedindo uma resposta.

“A resposta que recebemos foi por meio do site do líder nacional Trump, anunciando as tarifas sobre o país. Espero, portanto, que a civilidade retorne à relação país-EUA. O tom da carta dele é definitivamente o de alguém que não quer conversar”, afirmou.

Guerra Fria

Questionado pelo New York Times sobre o que o país vai fazer se as tarifas entrarem em vigor, Lula afirmou que “não vai chorar o leite derramado” e que o país vai procurar quem queira comprar os bens brasileiros. Também destacou que não aceita entrar em uma Guerra Fria contra a China.

“Temos uma relação comercial extraordinária com a China. Se os Estados Unidos e a China quiserem uma Guerra Fria, não aceitaremos. Não tenho preferência. Tenho interesse em vender para quem quiser comprar de mim, para quem pagar mais”, afirmou.

Na segunda-feira (28), a China relatou que “está pronta” para trabalhar com o país para defender um sistema multilateral de comércio centrado na Organização Mundial do Comércio (OMC) e com equidade e tribunal. O país asiático criticou as tarifas de 50% impostas pelos EUA ao país.

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