Exposição em São Paulo mostra eventos climáticos na vida de refugiadas

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Uma exposição fotográfica que mostra o impacto dos eventos climáticos extremos na vida das indivíduos refugiadas está em cartaz no corredor que conecta os setores de embarque e desembarque do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista.

"Perder Tudo. Novamente" é o nome da mostra, que apresenta o impacto de eventos climáticos extremos em indivíduos forçadas a se deslocar,. Há histórias reais de indivíduos refugiadas e deslocadas que, mesmo após fugirem de guerras, perseguições ou agressão, enfrentaram novas tragédias causadas por desastres ambientais no planeta, como enchentes, secas severas ou terremotos. A exposição é realizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em parceria com a concessionária do aeroporto, a Aena.

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Segundo o Acnur, os eventos climáticos extremos acabam atingindo com mais intensidade as indivíduos que já vivem em situações de vulnerabilidade, como os refugiados.

“As imagens retratam a experiência de indivíduos que já haviam sido forçadas a fugir por guerras, perseguições ou agressão, e que depois enfrentaram novamente tragédias causadas por desastres ambientais — como enchentes, secas severas ou terremotos. Ela mostra que a dificuldade climática não é apenas ambiental: é uma dificuldade humana, que afeta desproporcionalmente os mais vulneráveis. A mostra convida o público a refletir sobre a urgência de proteger aqueles que, mesmo após recomeçar, perdem tudo mais uma vez”, afirmou Samantha Federici, chefe do escritório de Parcerias com o Setor Privado do Acnur no país.

São Paulo (SP), 15/08/2025 - Impacto de eventos climáticos na vida das indivíduos refugiadas é tema de exposição no Aeroporto de Congonhas.
Foto: UNHCR/Andrew McConnell
Exposição no Aeroporto de Congonhas mostra que mudanças do tempo atmosférico agravam vulnerabilidades - Foto UNHCR/Andrew McConnell

Em entrevista à Agência país, Samantha afirmou que as mudanças climáticas têm agravado as vulnerabilidades já existentes e gerado novos deslocamentos forçados.

“Milhões de indivíduos são obrigadas a deixar suas casas por causa de eventos climáticos extremos — como inundações, secas e ondas de calor — ou enfrentam esses impactos depois de já terem fugido de conflitos e perseguições. Estima-se que nos últimos dez anos, desastres relacionados ao tempo atmosférico causaram 220 milhões de deslocamentos internos. Para refugiados, muitas vezes vivendo sem habitação segura, renda estável ou atendimentos essenciais, um desastre climático pode significar um ‘segundo’ ou ‘terceiro deslocamento’, interrompendo novamente suas vidas e destruindo o que haviam reconstruído”.

Dados do Acnur mostram que essa realidade já é enfrentada aqui mesmo no país. No ano passado, as enchentes do Rio significativa do Sul impactaram 2,4 milhões de indivíduos, sendo que pelo menos 43 mil eram refugiados e solicitantes de refúgio. A maior parte era proveniente da Venezuela e do Haiti. “O país é cada vez mais afetado por eventos climáticos extremos”, afirmou Samantha. “Muitos [refugiados] já enfrentavam dificuldades para se estabelecer no país e, com as chuvas, perderam novamente moradia, bens e documentos”.

São Paulo (SP), 15/08/2025 - Impacto de eventos climáticos na vida das indivíduos refugiadas é tema de exposição no Aeroporto de Congonhas.
Foto: UNHCR/Henry Macías
Acnur defende que refugiados sejam incluídos em políticas públicas - Foto UNHCR/Henry Macías

Segundo a representante do Acnur, é relevante que esses refugiados e deslocados sejam incluídos em políticas de prevenção, adaptação e de resposta climática. para que os impactos provocados pelas emergências climáticas sejam minimizados. “Isso significa investir em moradias seguras, sistemas de alerta e infraestrutura resilientes nas comunidades de acolhida, além de garantir acesso a recursos como água, força e meios de subsistência. Outra ação urgente é ampliar o financiamento climático global para que chegue até as indivíduos mais afetadas”, defendeu.

A mostra ficará em cartaz até o dia 15 de setembro no Aeroporto de Congonhas. “Aeroportos são lugares de partidas e recomeços — um símbolo direto da jornada de quem é forçado a deixar tudo para trás. Instalar essa exposição no Aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados do país, amplia a visibilidade dessas histórias e convida milhares de indivíduos a refletirem sobre a conexão entre deslocamento forçado e mudanças climáticas”, afirmou Samantha. “Às vésperas da COP 30, essa é também uma oportunidade de lembrar que, por trás das estatísticas sobre a dificuldade climática, existem vidas reais, com nomes, rostos e trajetórias de coragem”, acrescentou.

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