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A diversidade do patrimônio cultural do país estará presente na série de atividades à disposição do público, desta segunda-feira (11) à próxima sexta (15), no prédio da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Rio de Janeiro, na Avenida Rio Branco, 46, no centro da cidade.

As atividades gratuitas, como apresentações musicais, oficinas e rodas de conversa, estão incluídas em ações definidas pelo Iphan com o tema Mês do Patrimônio - Participação Social, Territórios e Sustentabilidade. A proposta é uma agenda descentralizada e colaborativa, a ser praticada nas suas superintendências regionais, em parceria com a sociedade civil organizada em todo o país.
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A programação prevê um debate sobre a tradição afro-brasileira e a escolha do Bembé do Mercado como enredo da Beija-Flor de Nilópolis. A escola de Samba vai apresentar na avenida, no carnaval de 2026, a história desse que é o maior candomblé de rua do planeta, reconhecido, desde 2019, como Patrimônio Cultural Imaterial do país. A conversa, na quarta-feira (13), terá a participação do carnavalesco Mílton Cunha e de representantes da azul e branco da Baixada Fluminense. No mesmo dia, uma apresentação da bateria da Beija-Flor de Nilópolis vai animar o público.
O samba não será o único gênero musical no encontro. As atividades têm ainda o Choro no debate Entre cordas e sopros: o Choro como Patrimônio Cultural do país e um show do grupo Caras & Coroas. A presença feminina no Forró e na Literatura de Cordel terá destaque com uma apresentação, na quinta-feira (14), do proposta cidadã Forrozeira, além da presença do Jongo, relevante manifestação cultural afro-brasileira característica da Região Sudeste. “Este ano, a gente terá como foco não só o forró. Vamos falar da cidadã no forró, um papel que ainda precisa ganhar visibilidade”, afirmou.
Oito anos após o reconhecimento como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a educação, a conhecimento e a tradição (Unesco), os participantes vão receber informações sobre a importância do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, na região portuária da capital. O debate terá a participação do historiador, escritor e mestre em bens culturais Thiago Gomide, da jornalista Mônica Sanches, de Alexandre Nadai, do Instituto Pretos Novos, de Gracy Moreira, da Casa da Tia Ciata, e de e Célio Oliveira, do grupo Afoxé Filhos de Gandhi. A mediação será do representante regional no Rio de Janeiro da Fundação Cultural Palmares, Eliel Moura.
Alunos
A programação inclui ainda uma mesa de debates com o tema Jogos para uma educação Patrimonial. De acordo com a superintendente, o objetivo é utilizar os jogos “para levar às menores o conhecimento do que é um patrimônio cultural”. Em parceria com a Secretaria Municipal de educação do Rio, será oferecida a oficina de educação patrimonial com Experimente tradição, Maloca Games e Mestre Griô e a oficina do Afoxé Filhos de Gandhi, as duas destinadas a alunos da rede municipal de educação.
“Temos um acordo de cooperação com a Secretaria Municipal de educação e todos os dias haverá turmas de escolas que ficam perto aqui do Iphan, que vão participar de oficinas e de apresentações”, afirmou.
O público poderá acompanhar também oficinas, exibição do longa-metragem Choro, participar de visitas guiadas ao prédio da superintendência e assistir a apresentações de manifestações culturais reconhecidas como Patrimônio Cultural do país. Além disso foi montada nas instalações do Iphan a Feira Circuito Carioca, em que os expositores levarão seus bens como Literatura de Cordel e Matrizes Tradicionais de Forró.
Dia do Patrimônio
Comemorado em 17 de agosto, o Dia do Patrimônio foi escolhida para homenagear o advogado e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade, que fundou o órgão em 1937. De acordo com o Iphan, a intenção de ter uma data específica é “celebrar e promover a preservação do patrimônio cultural brasileiro, tanto material quanto imaterial”.
O último dia do encontro terá também a Exposição das Bonecas de Artesãs do Quilombo São José da Serra, do município de Valença, no Vale do Café, no estado do Rio. A oficina de Jongo será com grupo do Quilombo São José da Serra em mais uma atividade exclusiva para alunos da rede municipal de educação.
No encerramento haverá uma homenagem aos Amigos do Patrimônio do Rio de Janeiro e uma apresentação da Roda de Jongo do Quilombo São José da Serra. “A gente passeou pelas comunidades que habitam o cenário da sociedade carioca e as territorialidades dentro das expressões culturais que elas representam”, completou Patrícia Wanzeller.
“Vai ser a primeira vez que o prédio estará aberto à visitação pública, que as nossas portas, que são tão fotografadas, estarão abertas às indivíduos que passam por aqui e têm curiosidade em saber o que acontece aqui dentro. A gente está querendo que o público entre, conheça o Iphan, saiba o que é o instituto e quem trabalha nele”, concluiu.
De acordo com a superintendente, a preservação do patrimônio cultural é uma forma de defender a soberania e a identidade do país. “Neste momento em que a nossa soberania está sendo ameaçada por um país estrangeiro, que colocou a gente na parede, mesmo por questões econômicas, é muito relevante quando a tradição entra como laço de identidade nacional. A tradição é nossa primeira foto de identidade, é quando eu, você e todas as indivíduos que moram neste país quase continental nos identificamos como cidadãos do mesmo país. Mesmo com a nossa diversidade, a nossa origem é a mesma. Isso a gente consegue por meio da tradição, o significativa laço de fortificação de soberania, de identidade de reconhecimento pátrio. É isso que nos une no final das contas. Resguardar esse patrimônio é também resguardar a nossa brasilidade, a nossa história”, afirmou.