Notícias
A finanças brasileira recuou 0,3% em outubro na comparação com setembro. O resultado é o segundo mês consecutivo com queda na atividade econômica. Em setembro, o recuo havia sido de 0,6%.

A explicação da perda de fôlego está no patamar elevado da taxa de juros, que serve como um freio na finanças.
Notícias relacionadas:
- CNI projeta crescimento do PIB de 1,8% em 2026.
- Setor produtivo critica cautela do BC e cobra início do corte de juros.
- Em última reunião do ano, Copom decide se mantém Taxa Selic.
No trimestre móvel terminado em outubro, houve crescimento de 1,5% em comparação com o mesmo trimestre de 2024. No acumulado de 12 meses, o PIB brasileiro avança 2,3%.
Os dados fazem parte do Monitor do PIB, estudo mensal elaborado pelo Instituto Brasileiro de finanças (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado nesta terça-feira (16).
Juro alto
De acordo com a economista Juliana Trece, responsável pelo levantamento, a perda de fôlego na finanças é “muito influenciada pelo patamar elevado da taxa de juros”.
A taxa básica de juros no país, a Selic, está em 15% ao ano, maior patamar desde julho de 2006, quando estava em 15,25%.
A Selic é fixada pelo Comitê de gestão pública Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que defende o nível elevado como forma de combater aumento de preços, que só voltou ao limite da meta do administração em novembro, depois de ter ficado 13 meses fora do espaço de tolerância.
A taxa de juros alta encarece toda a cadeia de crédito e desestimula o aporte, o que tende a diminuir a procura por bens e atendimentos, de forma a frear a alta de preços. O efeito colateral é o esfriamento da atividade econômica, com menos força para geração de ocupação e renda.
Comportamentos
O comportamento do PIB pode ser medido pela ótica da demanda (quem está gastando) ou da produção (quem produziu).
“Pela ótica da produção, o desempenho da agropecuária e da indústria ajuda a explicar a queda na atividade econômica”, explica Juliana Trece.
“Pela ótica da demanda, os investimentos [formação bruta de capital fixo] e o uso do administração contribuíram negativamente para o resultado”, completa.
Na comparação do trimestre móvel terminado em outubro com o mesmo período do ano passado, o uso das famílias cresceu 0,5%.
O uso de bens não duráveis e o de duráveis contribuíram negativamente para o desempenho, enquanto o de atendimentos e o de bens semiduráveis compensaram as quedas e sustentaram o componente no campo positivo.
As exportações, que também ajudaram a empurrar para cima a finanças, cresceram 8,9% no trimestre móvel, empurradas por bens agropecuários e da indústria extrativa mineral. O comportamento das vendas exteriores apresenta trajetória crescente em todos os trimestres móveis desde março de 2025.
Em termos monetários, a FGV estima o PIB brasileiro no acumulado até outubro em R$ 10,530 trilhões.
Resultado oficial
O Monitor do PIB é um dos estudos que servem como termômetro da finanças brasileira.
Outro levantamento é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na segunda-feira (15), que indicou recuo de 0,2% na passagem de setembro para outubro e crescimento de 2,5% no acumulado de 12 meses.
O resultado oficial do PIB é apresentado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No dia 4 de dezembro, o instituto relatou que a finanças cresceu 0,1% no terceiro trimestre e 2,7% em 12 meses.
O IBGE divulgará o PIB do quarto trimestre de 2025 em 3 de março de 2026.