Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência

Imagem da notícia

Notícias

Logo Agência país

Dados do Censo 2022 mostram que o país tinha 14,4 milhões de indivíduos com deficiência, ou seja, 7,3% da cidadãos do país com 2 anos ou mais de idade, no ano da investigação. O levantamento foi publicado nesta sexta-feira (23), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado inclui indivíduos, com 2 anos ou mais, que têm impossibilidade ou significativa dificuldade para enxergar, ouvir, andar e pegar objetos pequenos. Também entram na estatística aqueles nessa faixa etária que, por alguma limitação nas funções mentais, não conseguem ou têm muita dificuldade para se comunicar, realizar cuidados pessoais, trabalhar e estudar, entre outras atividades.

Notícias relacionadas:

“Quando o informante responde que ele não consegue de modo algum ou tem muita dificuldade, são essas duas categorias que a gente define como indivíduos com deficiência. Quando a pessoa tem alguma dificuldade, quando tem uma limitação mínima, ela não entra na classificação de pessoa com deficiência”, explica a pesquisadora do IBGE Luciana Alves.

A investigação é feita com base na declaração das indivíduos entrevistadas. O IBGE destaca que os dados de 2022 não podem ser comparados com os do Censo de 2010, uma vez que as perguntas feitas na entrevista foram modificadas. Houve ainda o acréscimo da deficiência de funções motoras dos membros superiores.

>> Siga o canal da Agência país no WhatsApp

Segundo o IBGE, em 2022, 8,3 milhões das indivíduos com deficiência eram mulheres (8,1% da cidadãos feminina total) e 6,1 milhões eram homens (6,4% da cidadãos masculina).

A 1ª Caminhada Nacional da Luta dos Direitos das indivíduos com Deficiência no Parque da Cidade, em Brasília
Dados do Censo 2022 indicam que 7,9 milhões de indivíduos tinham dificuldades de enxergar - Foto: Marcello Casal Jr/Arquivo/Agência país

Os dados revelam que 7,9 milhões de indivíduos tinham dificuldades de enxergar; 5,2 milhões, para andar ou subir degraus; 2,7 milhões, para manusear objetos; e 2,6 milhões, para ouvir. Além disso, 1,4 milhão de entrevistados possuíam limitação mental que gerava dificuldades para a pessoa. O IBGE constatou ainda que 2% da cidadãos tinha duas ou mais deficiências.

De modo geral, o percentual de indivíduos com deficiência aumenta com a idade (com exceção para a faixa dos 25 a 29 anos, que tem taxa um pouco menor que a dos 20 a 24 anos).

Para menores de 2 a 14 anos, a proporção varia de 1,4% a 2,8%, por exemplo. A taxa supera os 5% a partir dos 40 anos; os 10%, a partir dos 55 anos; os 30% a partir dos 80 anos; e os 50% a partir dos 90 anos.

A maior prevalência de indivíduos com deficiência está entre os pretos (8,6%). Os indígenas têm proporção de 7,9%, os pardos, de 7,2%, os brancos, de 7,1%, e os amarelos, de 6,6%.

Autismo

O Censo 2022 também mostrou que 2,4 milhões de indivíduos declararam ter recebido diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) por algum profissional de bem-estar. O número corresponde a 1,2% da cidadãos brasileira.

A prevalência do autismo é maior entre os homens (1,5% da cidadãos). Entre as mulheres, o percentual é de 0,9%. Os homens com TEA somam 1,4 milhão, e as mulheres, 1 milhão.

Na comparação por idade, a cidadãos entre 5 e 9 anos possui a maior proporção de diagnósticos de TEA (2,6%), seguida por menores de até 4 anos (2,1%), de 10 a 14 anos (1,9%) e de 15 a 19 anos (1,3%). Nas demais faixas etárias, a proporção varia de 0,8% a 1%, portanto abaixo da média.

“O acesso ao diagnóstico e a forma de se conseguir esse diagnóstico se tornaram mais amplos recentemente. Então as menores e jovens acabam tendo maior incidência”, explica Luciana.

Na análise por cor e raça, a cidadãos branca tem uma prevalência maior de indivíduos diagnosticadas com TEA (1,3%), seguida pela amarela (1,2%), preta e parda (1,1%) e indígena (1,9%).

O IBGE destaca que nem todas indivíduos com autismo são consideradas com deficiência, para o Censo, apenas aquelas que têm impossibilidade ou significativa dificuldade para enxergar, ouvir, andar, manusear objetos e aquelas com grandes limitações mentais. Não há, no entanto, dados que mostrem no número de indivíduos com TEA que também têm deficiência.  

  Mulheres Homens Total no país
indivíduos com deficiência 8,3 milhões 6,1 milhões 14,4 milhões
indivíduos com autismo 1 milhão 1,4 milhão 2,4 milhões

Regiões

O IBGE avaliou a distribuição regional das prevalências de TEA e deficiência. No caso do autismo, não há grandes diferenças entre as unidades da federação. Com exceção de Acre (1,6%), Amapá (1,5%), Ceará (1,4%), Rondônia, Espírito Santo e Rio de Janeiro (os três com 1,3%), todos os outros estados ficaram entre a média nacional (1,2%) e 1%.

 Fórum Permanente de Políticas Públicas para indivíduos com Deficiência Visual
Segundo o IBGE, 8,3 milhões das indivíduos com deficiência eram mulheres - José Cruz/Arquivo/Agência país

Já em relação às deficiências motoras, sensoriais ou mentais, o Nordeste destaca-se com o maior percentual da cidadãos nessas situações (8,6%). É a única região com prevalência acima da média nacional. “Pelo Censo, a gente não consegue ter uma resposta para isso. Mas há estudos que associam a questão da baixa qualidade de vida e de acesso à bem-estar e ao saneamento à deficiência”, explica a pesquisadora.

O Nordeste lidera nos cinco tipos de deficiência: dificuldade para enxergar (4,8%), para ouvir (1,4%), para andar (3%), para manusear objetos (1,6%) e de funções mentais (1,6%). Também é a região com maior percentual de indivíduos com duas ou mais deficiências (2,4%).

Em relação às demais regiões, o Norte aparece em segundo lugar (7,1%), seguido por Sudeste (6,8%), Sul (6,6%) e Centro-Oeste (6,5%).

Em 2022, em 16% dos domicílios brasileiros, havia pelo menos uma pessoa com deficiência. Entre as residências sem banheiro ou esgotamento sanitário, o percentual sobe para 19,3%. O percentual de moradores com deficiência é mais alto que a média também naqueles sem ligação com rede geral de água (18%).

Já os domicílios com pelo menos uma pessoa diagnosticada com TEA representam 2,9% do total do país.

Leia mais na fonte original

Postagem Anterior Próxima Postagem