
Notícias
No Ibura, bairro da periferia do Recife, Cris Martins e o marido, Albert Ventura, desempregados e em meio a crise sanitária de crise sanitária-19, vivem uma jornada heroica para dar conta da criação de três filhos, da gravidez de mais uma criança, a busca por uma laqueadura no SUS e a luta pela reconstrução, tijolo a tijolo, da casa da família.


Em sua luta para reconstruir a vida, garantir seus direitos reprodutivos e sustentar a família, Cris também se destaca atuando como micro-influenciadora digital.
Notícias relacionadas:
- "É preciso ir além do tela grande indígena etnográfico", dizem cineastas.
- 'expressão pode servir de alerta para questão ambiental', diz Zeca Baleiro.
O documentário, que exibe significativa qualidade cinematográfica ao mergulhar com profundidade na vida familiar de Cris, ao mesmo período arranca risadas e comove o público durante a sessão.
Essa potência levou Tijolo por Tijolo a vencer o significativa troféu Cora Coralina de melhor longa-metragem do festival goiano, eleito pelo júri oficial, com prêmio de R$ 35 mil.
A obra também faturou o prêmio de melhor direção, o troféu Imprensa, concedido por um júri de jornalistas especializados, e o troféu do júri jovem, obtendo, assim, todas as premiações possíveis.
O reconhecimento confirma o sucesso que o longa-metragem vem experimentando por onde tem circulado. Recentemente, foi destaque em premiações no festival curitibano Olhar de tela grande.
"Tijolo não é sobre um assunto só. A gente fala sobre tribunal climática, sobre racismo ambiental, a gente fala sobre uma maternidade real, sobre direitos reprodutivos, a gente fala sobre afeto, sobre periferia, sobre paternidade preta, sobre mídias sociais, sobre as big techs, essa pulverização dos trabalhos", afirmou Victoria Alvares à Agência país, logo após a premiação no festival goiano.
"São temáticas muito globais, o que faz com que um público muito diverso consiga se sentir tocado pelo longa-metragem de formas distintas", destacou a diretora. "Então, é muito comum as indivíduos saírem do longa-metragem dizendo assim: 'Meu Deus, eu estou me sentindo prima desse pessoal'", observou.
Nos cinemas
Victoria e Quentin assinam não apenas a direção, mas a fotografia, o som, a montagem e a produção do longa, uma equipe mínima. Eles passaram dois anos registrando a intimidade de Cris e de sua família, após construírem fortes relações com esses personagens reais. A expectativa, agora, está no lançamento do longa-metragem em salas comercias, viabilizada por meio de edital público. A data de estreia ainda não foi anunciada.
"Com a mudança de administração e o restabelecimento de políticas públicas de tradição, a gente conseguiu finalizar o longa-metragem e ganhamos também um edital para a distribuição do longa-metragem. Então, longa-metragem vai ser lançado em salas comerciais, o que é uma triunfo muito significativa, porque a gente sabe o quanto é difícil o tela grande nacional ocupar esse espaço nas salas comerciais e ainda mais tela grande documental", celebrou Victoria.
Mostras competitivas
Considerado o maior evento audiovisual com temática ambiental da América Latina, o Fica distribuiu, ao todo, cerca de R$ 220 mil em prêmios para quatro mostras competitivas.
Entre os filmes goianos, o documentário Entre as Cinzas, que mostra brigadistas atuando contra incêndios florestais criminosos, levou o prêmio de melhor longa-metragem goiano eleito pelo júri.
O prêmio de melhor longa-metragem de curta e média metragens ficou com a animação Marés da Noite.
O júri oficial ainda concedeu menções honrosas aos filmes Nós vivemos aqui e Mãos à terra.
>> Confira a seguir todos os premiados da 26ª edição do Fica:
Mostra Internacional Washington Novaes
Prêmio Cora Coralina – melhor longa-metragem: Tijolo por Tijolo
Prêmio Carmo Bernardes - melhor direção: Tijolo por Tijolo
Prêmio Acari Passos – melhor curta ou média-metragem: Marés da Noite
Prêmio João Bennio – melhor longa-metragem goiano: Entre as Cinzas
Menções Honrosas do Júri Oficial: Nós Vivemos Aqui e Mãos à Terra
Prêmio José Petrillo – Júri da Imprensa: Tijolo por Tijolo
Prêmio Jesco Von Puttkamer – Júri Jovem: Tijolo por Tijolo
Prêmio Luiz Gonzaga Soares – Júri Popular: Encontro das Águas
Prêmio Fiocruz: Mãos à Terra
Mostra do tela grande Goiano
Melhor longa-metragem de longa metragem: Mambembe
Melhor longa-metragem de curta metragem: Entressonho
Melhor direção de longa metragem: Fabio Meira, por Mambembe
Melhor direção de curta metragem: Yorrana Maia, por Fidèle
Melhor direção de fotografia: Larry Machado, por A cidadã Esqueleto
Melhor roteiro: Yorrana Maia, por Fidèle
Melhor montagem: Afonso Uchoa, Fabio Meira e Juliano Castro, por Mambembe
Melhor personagem: Francisca Americo dos Reis, por Planta de Raiz Profunda
Melhor som: Theo Farah e Bruno Fiorezi, por Goiânia Rock City
Melhor trilha musical: Goiânia Rock City
Melhor direção de expressão: Paulo César Alves, por A cidadã Esqueleto
Menção Honrosa: Jamming - O ano em que Junior Marvin morou em Goiânia
Mostra do tela grande Indígena e Povos Tradicionais
Melhor longa-metragem de Longa-metragem: Originárias
Melhor longa-metragem de curta ou média-metragem: Sukande Kasáká / Terra Doente
Menção Honrosa: ADOBE: Habilidades tradicionais da construção Kalunga
Mostra Becos da Minha Terra (filmes produzidos na Cidade de Goiás)
Melhor longa-metragem: Atitudinal
Melhor direção: Carlos Cipriano, por Para Carlos
Melhor roteiro: Jadson Borges, por Lockdown
Melhor montagem: Helena Caetano, por Sol Noturno
Melhor som: Brisa Castro, por Tom de Ameaça
*A equipe de reportagem da Agência país viajou a convite da organização do 26º Fica