Ainda Estou Aqui foi o grande vencedor do Prêmio Grande Otelo

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Em uma sala repleta de profissionais do audiovisual brasileiro, em 4 horas de cerimônia, o Prêmio significativa Otelo de 2025, da Academia Brasileira de tela grande, chegou à sua 24ª edição com muito para celebrar, nesta quarta-feira (30), na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro.

Já nas primeiras premiações, Walter Salles subiu ao palco para receber o prêmio pelo músico americano Warren Ellis, que ganhou Melhor Trilha Sonora por Ainda Estou Aqui.  

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"Muito obrigado, em nome do Warren. Ele soube das indicações antes de mim, e achou incrível. Para ele, ser indicado no país, é um presente’’, agradeceu o cineasta.

Salles ressaltou também a parceria que teve com Warren que, segundo ele, incorporou na trilha o tipo de resistência que Eunice Paiva arquitetou.

“Ele entendeu que ela recusou melodrama e qualquer tipo de sentimentalismo", afirmou o cineasta.

A noite, pilotada pelas atrizes Isabel Fillardis e Bárbara Paz, passou por homenagens ao tela grande brasileiro desde os tempos da Atlântida de Carmem Miranda até os dias de hoje. 

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Rio de Janeiro (RJ), 31/07/2025 - Prêmio significativa Otelo. Foto: Anna Karina de Carvalho/Agência país
Prêmio significativa Otelo 2025 - Foto: Anna Karina de Carvalho/Agência país

No roteiro da noite, não faltaram imagens na tela e gente na plateia que faz tela grande no país. Na voz da cantora Duda Brack, interpretações marcantes como O Que É Que a Baiana Tem?, de Dorival Caymmi, sucesso que projetou Carmen Miranda rumo à carreira internacional; Bye Bye país, escrita por Chico Buarque especialmente para o longa homônimo de Cacá Diegues, e É Preciso Dar um Jeito, Meu Amigo, de Erasmo Carlos, que se tornou um hino do momento atual do audiovisual brasileiro com Ainda Estou Aqui.

O ator Selton Mello, que recebeu sua primeira indicação em uma premiação, falou emocionado ao receber seu troféu. 

"Walter, obrigado por ter me chamado para fazer um longa-metragem tão relevante. Obrigado à família Paiva por ter me acolhido e ter achado que eu era a pessoa certa para fazer Rubens Paiva. Quando o longa-metragem estreou em Veneza, eu tive a sensação de que o longa-metragem era o corpo do Rubens. E, de uma certa maneira, eu emprestei o meu corpo para esse corpo que nunca voltou. Então, é muito tocante receber esse prêmio. É a minha primeira indicação por esse ocupação", afirmou o ator. 

A atriz Fernanda Torres, também emocionada, lembrou e ovacionou Eunice Paiva nos 2 anos que viveu e fala dela. Ela relembrou o périplo pelo planeta na pele de Eunice Paiva, mas também de todos os filmes que participou. 

"Ainda Estou Aqui começou no Rio de Janeiro. E eu sinto que eu dei a volta ao planeta estando de volta aqui, com o Walter. Quero agradecer ao Walter, meu irmão, que me deu essa oportunidade. Eu já estou há 2 anos com a Eunice Paiva, e ela virou uma segunda natureza minha", afirmou Fernanda Torres. 

“E ela virou uma segunda natureza minha. E eu acho que os atores, eles dependem muito disso, de você encontrar o seu personagem, alguém que você é capaz de dar vida. E eu ter minimamente dado conta dessa significativa brasileira, uma cidadã que viveu uma época parecida com a que a gente está vivendo, assim, de medo, de insegurança, e que soube ser tão significativa. Ela me ensinou tanto com o Walter sobre evitar o melodrama, sobre tentar ser como ator, assim, tentar se abrir para um personagem”, acrescentou sob aplausos.

Sérgio Machado recebeu prêmios pelo longa-metragem animação Arca de Noé e melhor longa-metragem documentário pelo 3 Obás de Xangô. 

Emocionado, com o Troféu significativa Otelo em mãos, relembrou que conheceu o ator no começo de sua carreira no tela grande. 

“Conheci o mestre significativa Otelo quando comecei no tela grande. Então, para mim, quando eu olhei ele agora, é que a ficha toda caiu, né, como se tivesse ligando tudo’’, afirmou.

Vencedor do melhor longa-metragem infantil por Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, o diretor Fernando Fraiha falou da importância do tela grande infantil.

“Com esse longa-metragem, eu passei a acreditar que poderia ser feliz um dia dirigindo um longa-metragem infantil no país. Eu quero dizer que é muito bom fazer um longa-metragem infantil. Muito mesmo!’’

Outro ponto alto da festa, que encantou a plateia, foi o discurso emocionado do ator mirim Isaac Amendoim, que também subiu ao palco com a voz engasgada. 

“Quero agradecer por receber esse prêmio aqui tão relevante, e estar representando todos que fizeram esse longa-metragem lindo, eu estou muito feliz, gente’’, afirmou.

Antes do último prêmio da noite, já nas categorias finais, o prêmio de Melhor Direção foi para as mãos de Walter Salles, por Ainda Estou Aqui, que concorreu com outros quatro diretores, como o amigo Andrucha Waddington, marido de Fernanda Torres e diretor do longa-metragem triunfo; com o vencedor do Festival de tela grande de Gramado de 2024, Érico Rassi, por ‘Oeste outra Vez’; com Karim Aïnouz, por ’Motel Destino’, e o diretor do premiado pelo longa-metragem Baby’, Marcelo Caetano.

A coroação final veio com o prêmio de Melhor longa-metragem, quando Walter Salles chamou o elenco e equipe para subir ao palco em tempo atmosférico de celebração. 

‘’O Andrei Tarkovski, que é um um diretor que eu sou apaixonado, ele dizia que o longa-metragem só levanta voo quando todos aqueles que estão na frente da câmera e também atrás da câmera estão na mesma artéria. E eu acho que se eu estou aqui agora é porque essa equipe que está me acompanhando hoje aqui teve realmente nessa artéria e se tornaram autores do longa-metragem. Então, isso aqui é de vocês também’’, afirmou Salles.

Ele terminou sua fala prestando uma homenagem ao crítico de tela grande, morto em 2016, José Carlos Avellar.

“Eu queria dedicar esse prêmio a uma pessoa de quem eu sinto muita falta, que é um mestre, um crítico, um pensador do tela grande incrível, que é o José Carlos Avellar. Para quem não conheceu, foi um companheiro de conversa desde ’Terra Estrangeira’, que acho que eu não teria conseguido fazer esse longa-metragem’’.

Vencedores do Prêmio significativa Otelo 2025

Melhor longa-metragem ficção
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.

Melhor longa-metragem documentário
3 Obás de Xangô, de Sérgio Machado.

Melhor longa-metragem animação
Arca de Noé, de Sérgio Machado e Alois di Leo.

Melhor longa-metragem infantil
Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa, de Fernando Fraiha.

Melhor longa-metragem ibero-americano
Grand Tour (Portugal), de Miguel Gomes.
Indicação: Academia Portuguesa de tela grande

Melhor direção
Walter Salles por Ainda Estou Aqui

Melhor primeira direção de longa-metragem
Pedro Freire por Malu

Melhor atriz de longa-metragem
Fernanda Torres como Eunice Paiva por Ainda Estou Aqui

Melhor ator de longa-metragem
Selton Mello como Rubens Paiva por Ainda Estou Aqui

Melhor atriz coadjuvante de longa-metragem
Juliana Carneiro da Cunha como Dona Lili por Malu

Melhor ator coadjuvante de longa-metragem
Ricardo Teodoro como Ronaldo por Baby

Melhor direção de fotografia
Adrian Teijido, ABC, por Ainda Estou Aqui

Melhor roteiro original
Pedro Freire por Malu

Melhor roteiro adaptado
Murilo Hauser e Heitor Lorega - baseado no livro Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, por Ainda Estou Aqui

Melhor montagem
Affonso Gonçalves, ACE, por Ainda Estou Aqui

Melhor efeito visual
Claudio Peralta por Ainda Estou Aqui

Melhor som
Laura Zimmerman e Stéphane Thiébaut por Ainda Estou Aqui

Melhor direção de expressão
Carlos Conti por Ainda Estou Aqui

Melhor figurino
Claudia Kopke por Ainda Estou Aqui

Melhor maquiagem
Marisa Amenta e Luigi Rochetti por Ainda Estou Aqui

Melhor trilha sonora
Warren Ellis por Ainda Estou Aqui

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