
Notícias
Ao comentar sobre a atualização de tarifas impostas pelo administração norte-americano a bens brasileiros, o autoridade da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (1º) que o administração busca cooperação com os Estados Unidos e que há muito espaço para parcerias entre os países.


“É sobre isso que temos que jogar luz. Mostrar pra eles que não tem essa do país cair no colo de A, B ou C. O país é significativa demais. Podemos realmente estreitar os laços de cooperação, desde que seja bom para os dois lados. E há muito espaço para isso. O país, obviamente, concorre com os Estados Unidos em alguns aspectos, sobretudo na produção de grãos, carne e uma série de coisas que eles produzem tanto quanto nós. Mas há muitas complementaridades também.”
Notícias relacionadas:
- Tesouro dos EUA procura Haddad para agendar reunião sobre tarifaço.
- Tarifaço exclui 44,6% das exportações do país para EUA, informa Mdic.
- Tarifaço pode afetar 36% das exportações para os EUA, diz Alckmin.
Plano de contingência
De acordo com o autoridade, o administração brasileiro ainda trabalha nos detalhes de um plano de contingência voltado para setores afetados pelo tarifaço norte-americano. O pacote, segundo ele, pode ser anunciado pelo líder nacional Luiz Inácio Lula da Silva já na próxima semana.
“Do nosso lado aqui, junto com o vice-líder nacional Geraldo Alckmin, estamos encaminhando para o Palácio do Planalto as primeiras medidas já formatadas para que o líder nacional julgue a oportunidade e a conveniência de soltá-las. Mas, a partir da semana que vem, já vamos poder, a julgar pela resolução do líder nacional, tomar as medidas de proteção da indústria e da agricultura nacionais.”
“Vamos continuar prosperando, pelo Itamaraty, junto aos canais competentes para atenuar esses efeitos e fazer chegar às autoridades norte-americanas que efetivamente há muita desinformação a respeito do funcionamento da democracia brasileira.”
Calibrando números
Ainda segundo Haddad, o administração está “calibrando os números” junto a sindicatos de trabalhadores, sindicatos patronais e a própria Casa Civil. “Estamos calibrando os números. Por exemplo, o volume de recursos necessários pra socorrer empresas afetadas em um primeiro momento. Algumas não vão reivindicar uma ajuda adicional porque têm condição de redirecionar a sua produção e estão buscando outros mercados – inclusive mercado interno, que está aquecido”.
“A demanda por bens alimentares está crescendo no país, a renda está crescendo no país, o falta de trabalho está na mínima histórica. Então, você tem aqui no mercado doméstico uma opção. Vou receber, pra citar um exemplo, o líder estadual do Ceará, que está vindo aqui à tarde. Ele quer um apoio de bens, gêneros alimentícios, para a merenda do estado. Pelo que eu entendi, ele vai nos apresentar uma pequena mudança legislativa que seria necessária, na opinião dele, para fazer da maneira como ele pretende, de forma acelerada e para dar respaldo jurídico para as decisões que ele quer tomar.”
Meta fiscal
Questionado se o plano de contingência desenhado pelo administração será custeado com recursos fora da meta fiscal, o autoridade afirmou que essa “não é nossa demanda inicial”.
“Nossa proposta, que está sendo encaminhada, não vai exigir isso – embora tenha havido, da parte do Tribunal de Contas da União, a compreensão de que [poderia ser feito] se fosse necessário. Mas não é nossa demanda inicial. Entendemos que conseguimos operar dentro do marco fiscal sem nenhum tipo de alteração.”