China ampliará em US$ 27 bilhões investimentos no Brasil, anuncia Lula

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O líder nacional Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que a China investirá mais R$ 27 bilhões no país. Por estarem focados especialmente nas áreas de infraestrutura e inovação, os investimentos abrangerão também a área de educação, uma vez que será necessária ampla formação de profissionais, até mesmo para garantir a cadeia de suprimentos ainda a ser demandada.

Lula está em deslocamento oficial a Pequim, onde participou do Fórum Empresarial país-China, com investidores chineses e brasileiros.

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O fluxo comercial entre os dois países é de cerca de US$ 160 bilhões, relatou a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

Segundo o Palácio do Planalto, os recentes encontros contribuíram para ampliar ainda mais os investimentos chineses no país. Os novos acordos preveem aporte de US$ 1 bilhão na produção de combustível renovável para aviação (SAF), a partir da cana-de-açúcar, e a criação de um Centro de investigação e Desenvolvimento (P&D) na área de força renovável.

Discurso presidencial

Na madrugada desta segunda-feira (12), durante o discurso de encerramento do fórum, Lula destacou que a relação entre país e China não é uma “relação comum”, mas uma relação de “dois países que têm compromisso de resolver o questão do empobrecimento que martelou a vida de ambos" durante muito período.

“É notável que a China tenha tirado, em 40 anos, 800 milhões de indivíduos da pobreza. Como é notável que o país, em apenas 10 anos, tenha tirado 54 milhões de indivíduos que passavam fome no meu país”, afirmou Lula. Para o líder nacional brasileiro, tais feitos são consequência da inclusão de uma parcela significativa da cidadãos na finanças desses países.

país e China são “parceiros estratégicos e atores incontornáveis” no atual contexto geopolítico, em meio ao “ressurgimento de tendências protecionistas”, afirmou Lula,  referindo-se à recente gestão pública comercial adotada pelos Estados Unidos.

“Nós apostamos na redução das barreiras comerciais e queremos mais integração”, afirmou. Ainda de acordo com Lula, os dois países têm ainda o desafio de ampliar o intercâmbio de turistas, e que, para tanto, estão previstas novas conexões aéreas entre os dois países.

Colhendo frutos

O líder nacional brasileiro lembrou que, em novembro do ano passado, durante encontro com o líder nacional da China, Xi Jinping, foram estabelecidas sinergias entre os projetos de desenvolvimento dos dois países. “Hoje, colhemos os primeiros frutos desse ocupação”, afirmou Lula, ao enumerar uma série de projetos que avançaram, desde então.

“O Centro Virtual de investigação e Desenvolvimento em Inteligência Artificial, fruto da parceria entre Dataprev e Huawei, será essencial para o desenvolvimento de aplicações em agricultura, bem-estar, proteção pública e mobilidade. A parceria da Telebras com a Spacesail ampliará a oferta de satélites de baixa órbita e levará a rede a mais brasileiros, principalmente aos que vivem em áreas mais remotas”, destacou.

Os acordos na área da bem-estar também foram citados pelo líder nacional, tanto no discurso quanto nas mídias sociais. Foram oito acordos prevendo transferência de inovação na produção de medicamentos, insumos farmacêuticos ativos, vacinas e equipamentos médicos.

O chefe do administração brasileiro destacou também a cooperação entre o Senai Cimatec e a Windey, que resultará na instalação de um Centro de investigação e Desenvolvimento em força solar, eólica e sistemas de abastecimento.

“A experiência chinesa de refino de minerais críticos contribuirá para valorizar a produção em nosso território, inclusive com transferência de inovação nos ciclos de montagem de baterias elétricas. Possuímos reservas abundantes em terras raras, lítio, nióbio, cobalto, cobre, grafite, urânio e tório”, discursou Lula.

Infraestrutura

Sobre a área de infraestrutura, o líder nacional lembrou que o Corredor Ferroviário Leste-Oeste vai interligar o país. 

“Será um empreendimento fundamental para a logística brasileira e um dos mais transformadores para a garantia da proteção alimentar do planeta”, afirmou. “Conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, por meio de cinco rotas de integração, facilitará o intercâmbio comercial e levará mais desenvolvimento para o interior do continente sul-americano. As rotas bioceânicas encurtarão a distância entre país e China em aproximadamente 10 mil quilômetros”, acrescentou.

educação e formação profissional

Lula argumentou que os avanços tecnológicos pretendidos por meio das parcerias entre China e país criarão uma demanda por profissionais especializados, o que requer investimentos também na área de educação.

“É relevante lembrar que a gente não vai conseguir ser competitivo no planeta tecnológico, no planeta digital, se  não investir na educação; se não investir em engenharia, matemática. O ideal para o país não é ficar exportando [apenas] soja. É exportar inteligência e conhecimento”, afirmou.

O líder nacional ressaltou, porém, que, para isso, não tem milagre. "Temos de investir em educação, como os chineses fizeram. Pergunte aos chineses quantos milhões de engenheiros eles formaram nos últimos anos. Daí essa revolução tecnológica [com] que os chineses se apresentam diante do planeta.”

inovação das commodities

Dirigindo-se àqueles que reclamam que o país só exporta commodities (bens primários), como bens agrícolas e minério de ferro, Lula reiterou que tais exportações são positivas para o país, mas observou que esse tipo de limitação decorre da falta de investimentos em educação.

“O país precisa dar graças a Deus por estar exportando agronegócio, porque também é preciso a gente saber quanto de inovação tem hoje em um grão de soja. E quanto de engenharia genética tem em um quilo de carne ou de frango, porco ou em um saco de milho”, argumentou.

“Temos que exportar agronegócio e utilizar esse dinheiro que entra para investir em educação, para podermos ser competitivos com a China na produção de veículo elétrico, na produção de baterias, na construção de inteligência artificial. Ninguém vai dar isso de graça para nós brasileiros”, concluiu.

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