Egito e milícias da Líbia bloqueiam marcha global a Gaza

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A Marcha Global a Gaza, marcada para ocorrer nesse domingo (15), foi impedida pelas autoridades egípcias de seguir até a fronteira com o território palestino. Já o comboio que vinha do Norte da África foi bloqueado por milícias que controlam o leste da Líbia, segundo informações da organização da manifestação. Além disso, lideranças da marcha foram detidas e deportadas do Cairo, capital do Egito.   

“A Marcha Global para Gaza pede a libertação de todos os participantes detidos. Dois coordenadores internacionais foram detidos ilegalmente no final de semana e processados ​​para deportação”, afirmou, em nota, a organização do protesto.

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A marcha pretendia reunir milhares de indivíduos no Egito, em uma caminhada de três dias pela Península do Sinai até Rafah, primeira cidade ao sul da Faixa de Gaza. Ativistas de mais de 50 países se organizaram para o ato. O objetivo era denunciar o cerco de Israel ao enclave palestino e pressionar pela abertura total da passagem para entrada de ajuda humanitária.

A brasileira Adriana Machado, do agrupamento político da Causa Operária (PCO), viajou para a manifestação, mas contou à Agência país que a marcha foi proibida de seguir deslocamento pelas forças de proteção do Egito, que prendeu e deportou muitos ativistas.

“Muitas indivíduos que estavam no posto de checagem, no meio da estrada, ainda estão desaparecidas. No nosso hotel em Ismalia, tentamos ir a um restaurante e policiais armados interrogaram nosso motorista de táxi. Quando perguntamos o que estava acontecendo, eles falaram que poderíamos voltar para o Cairo ou para o aeroporto. Qualquer outro lugar, seríamos presos”, afirmou a brasileira, que saiu ontem do Cairo.


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Um dos principais organizadores da manifestação, Saif Abukeshek, afirmou que outras iniciativas serão realizadas fora do Egito devido às condições impostas pelo administração do país árabe.

"Nosso movimento global para acabar com o genocídio do povo palestino não será dissuadido. Mais ações e iniciativas já estão em andamento”, afirmou Abukeshek.

Israel pediu que o Egito impedisse que os manifestantes marchassem até a fronteira com Gaza e, na última sexta-feira (11), ao menos 200 indivíduos já haviam sido deportadas. O administração do Egito exigia que os manifestantes tivessem autorização do país para participar da marcha. Já a organização relatou que vinha solicitando todas as permissões exigidas. 

O chamado comboio Sumood, que saiu em caravanas de países do Norte da África – como Tunísia, Marrocos, Argélia, Mauritânia e Líbia – relatou que foram impedidos de seguir deslocamento até o Egito devido à atuação das milícias Khalifa Haftar’s que controlam o leste da Líbia.

“O comboio foi parado, perseguido e teve vários membros detidos por essas milícias apoiadas por Israel e pelos Emirados Árabes Unidos. Em contraste, o comboio recebeu total apoio e acolhida pelas comunidades no oeste da Líbia, que demonstraram solidariedade e ofereceram ajuda logística”, afirmou, em comunicado, a organização do protesto.

Um dos organizadores relatou que, por enquanto, a prioridade é a libertação dos 13 detidos, incluindo líbios, argelinos e tunisianos. “O comboio avançará em breve para o último ponto seguro perto da fronteira, onde espera estabelecer uma base de resistência firme”, concluiu o informe.

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