A luz misteriosa de Penalva

 



Era uma vez, na região do Formoso, um jovem que adorava namorar, mesmo vivendo com outra mulher em sua casa. Sempre que saía para encontrar sua amante, ele inventava desculpas para a esposa, dizendo que ia ao comércio.

Ele partia entre seis e sete horas da noite, desviava do caminho habitual e seguia em direção à amada. Em uma dessas ocasiões, saiu por volta das sete da noite. Embora estivesse ciente dos fenômenos sobrenaturais que ocorriam na região, ele não se importava, pois estava apaixonado e só queria estar com sua amante.

Antes de embarcar em sua canoa em direção à ilha onde a moça o aguardava, conhecida como Ilha das Pacas, o jovem avistou uma pequena luz a cerca de 200 metros de distância, do outro lado do lago. A luz era semelhante a um palito de fósforo aceso. No entanto, ele não deu importância e continuou sua jornada.

A luz apareceu novamente, dessa vez maior e mais próxima. Mesmo assim, ele ignorou-a, pois o desejo de encontrar sua amante era mais forte do que o medo. A luz desaparecia e depois retornava, crescendo e diminuindo em sua direção. Nesse momento, ele parou de remar, pegou um facão e o colocou ao seu lado.

Repentinamente, a luz se aproximou dele a uma velocidade impressionante, como um foguete, e parou próxima à proa da canoa, emitindo faíscas coloridas. Agora, tomado pelo medo, ele ficou parado, sem fazer qualquer movimento.

Após alguns segundos, a luz se afastou da canoa, seguiu em direção aos Aterrados, subindo até a altura das árvores e desapareceu. O jovem permaneceu imóvel por alguns minutos, sem compreender o que havia acontecido. Ele não conseguia encontrar uma explicação.

O medo o dominou. Sentou-se no meio da canoa e remou o mais rápido que pôde de volta para casa. Ao chegar em casa, ele não mencionou nada sobre o ocorrido. Deitou-se em uma rede, tremendo e gemendo.

Sua esposa e parentes ficaram preocupados, achando que ele estava doente. Ele não disse uma palavra. Somente no dia seguinte resolveu contar o que havia acontecido. A partir desse dia, o jovem nunca mais saiu escondido para namorar.

Em várias entrevistas, a história da luz que aparece no lago para os moradores foi relatada. Vejamos o depoimento de "Seu" Euzébio: "Em tempos passados... até me dá aflição ao contar... eu costumava ir muito à casa da minha mãe.

Quando a lua estava brilhante, era uma beleza, mas quando a lua estava escura, uma luz piscante surgia por todo o lago. A luz aumentava e diminuía, parecendo uma tocha. Muitas pessoas presenciavam esse fenômeno e ficavam com medo.

Eu também fiquei com medo, pois a tocha se aproximou bastante de mim e se afastou quando eu estava dentro da canoa...

Esse lago já foi cenário de muitos encantamentos. Hoje em dia, as pessoas gritam, correm e nadam no lago. No entanto, antigamente, as pessoas não iam sozinhas para o lago."

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