Você já ouviu falar em civilização lacustre? Se a resposta for “não”, prepare-se para uma viagem no tempo diretamente para as profundezas dos lagos de Penalva.
Na zona lacustre da nossa cidade, os pesquisadores encontraram vestígios de uma antiga civilização que vivia sobre palafitas — casas construídas em troncos sobre a água — chamadas de estearias. Esses registros arqueológicos revelam que há mais de 1.600 anos, um povoado muito avançado já habitava a região dos lagos Cajari, Capivari, e outros pontos da cidade.
Entre os artefatos encontrados, estão fragmentos de cerâmica, pontas de esteios e objetos cerimoniais. E mais: com ajuda da técnica de datação por carbono-14, pesquisadores confirmaram que essas estruturas datam de aproximadamente 400 d.C.!
Além disso, o professor Olavo Correia Lima (UFMA) classificou os antigos habitantes dessa região como Homo sapiens stearensis – um reconhecimento científico para um povo que deixou marcas profundas na história da Baixada Maranhense.
🌊 Onde estão as estearias?
Em Penalva, foram identificadas sete estearias principais:
➡️ Capivari - situada no Lago Capivari;
➡️ Mãe-Rosa - situada no igarapé do Capivari a poucos metros do povoado Ponta Grande
➡️ Tacoeiro - situada na Enseada do Lago Cajari
➡️ Quebra-Coco - localizada no Lago Cajari, a poucos metros da cidade de Penalva.
➡️ Cacaria - localizada no Lago Cajari;
➡️ Casca de Coco - localizado no Lago do Lontra;
➡️ Formoso - encontrada na região do Formoso
Essas ruínas são importantes não apenas para a história local, mas também para a arqueologia nacional. E mais: revelam que nossa cidade possui um passado muito mais misterioso e grandioso do que muitos imaginam.
Algumas teorias sugeriram até que as estearias fossem ligadas aos fenícios — navegadores do passado. Mas investigações científicas descartaram essa relação, reforçando que se trata de uma civilização brasileira autêntica e ancestral.
🧠 Cultura, rituais e mistério
Os habitantes dessa civilização não só dominavam a arte da cerâmica, como também praticavam rituais de mumificação e antropofagia cerimonial — uma forma simbólica e espiritual de demonstrar poder.
Hoje, artefatos dessa era podem ser vistos no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão (CPHNAMA) e no Museu Emílio Goeldi, no Pará.
Conhecer essa história é valorizar Penalva!
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Fonte: GSI 💻